Pink é um filme necessário de ser visto e está disponível no Netflix. O principal motivo para você ver essa produção da Índia é que ela coloca um debate sério sobre o papel da mulher na sociedade e como o machismo interfere diariamente em como elas são julgadas moralmente no país.
A história do filme gira em torno de Minal Aurora e suas amigas Falak e Andrea e na luta delas contra o sistema opressor e machista da sociedade indiana. Tudo começa quando as três, após um show de rock vão para um hotel com Rajveer e seus amigos. Após um incidente, ele aparece com o rosto machucado em um hospital e elas desesperadas entrando no apartamento que dividem na região central de Délhi.
A partir do incidente, os amigos de Rajveer tentam a todo o custo intimidar Minal para que ela não os denuncie à polícia, pois eles são de uma família totalmente influente e isso poderia manchar a reputação de suas famílias de alta casta.
Mesmo contrariando suas amigas e as ameaças dos amigos de Rajveer, Minal decide denunciar o abuso coletivo que sofreu. Em contrapartida, os homens denunciam as mulheres por prostituição, extorsão e tentativa de assassinato, devido ao ferimento nos olhos de Rajveer.
Sem dinheiro e sem status social, as meninas sem veem sem saída para enfrentar o sistema e provarem que são inocentes e que na verdade quem praticou crime foi a turma de Rajveer. É neste momento que entra em cena Deepak Sehgal, um renomado advogado vizinho delas que vai defende-las de graça no tribunal.
No tribunal, tanto a acusação quanto a defesa, mais do que provar a culpa das meninas tentam fazer um julgamento moral sobre Minal e suas amigas. A acusação, que está ao lado de Rajveer, tenta provar a todo o custo que o fato delas estarem em um show de rock bebendo e com roupas consideradas inapropriadas, além de aceitarem irem ao hotel com os rapazes às torna prostitutas e isenta os homens de qualquer responsabilidade, pois a atitude delas provocou a reação deles.
Do lado da defesa, a argumentação passa a questionar os valores machistas impregnados na sociedade indiana, pois uma roupa, uma bebida ou o jeito de ser não definem o caráter de uma mulher e menos ainda as torna mulheres de menor classe ou fáceis, passíveis de serem abusadas sexual e moralmente.
O dilema é: Será que as meninas vão conseguir vencer a luta contra todo um sistema de castas e o machismo enraizado na sociedade da Índia para provarem que podem ser livres e não precisarem passar pelo julgamento moral de ninguém?
[ A ÍNDIA E A MULHER]
À mulher cabe ser esposa: Na cultura predominante na Índia cabe a mulher ser pura e seu futuro fica restrito ao papel de ser esposa, dona do lar e ser responsável por gerar e cuidar da prole da família. Claro que em alguns lugares como as capitais essa tradição perde força, mas ela se mantém forte nas regiões rurais e no interior do da Índia. Como vemos nesse relato do blog tabibitosoul.
A violência contra a mulher na Índia: Infelizmente é comum ver notícias e relatos de violência contra a mulher na Índia. Em 2014, a agência nacional do país de combate a crimes contra a mulher estima que mais de 300 mil mulheres sofreram algum tipo de violência, seja estupro ou violência doméstica, que também incluiu o estupro marital, que não é considerado crime. Leia a matéria completa na Exame.
Trailer Oficial do Filme
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