Árvores da Paz é uma produção norte-americana que estreou recentemente no catálogo da Netflix. Com enredo baseado em fatos e ambientado em Ruanda, o filme fala sobre a questão da mulher durante o genocídio que aconteceu no país na década de 90.
A história começa em abril de 1994, com o início da guerra civil em Ruanda, colocando Tutsis e Hutus em lados opostos. Logo nos primeiros dias do genocídio, Annick está tirando os alimentos estocados no porão de sua casa para que o local lhe sirva de esconderijo durante a guerra.
Ainda nos primeiros dias do massacre, além de Annick, grávida de meses, outras três mulheres passam a dividir o abrigo, trazidas por François. Passam a fazer parte do porão, Jeanette, Peyton e Mutesi, cada uma com histórias de vida e valores diferentes.
ÁRVORES DA PAZ | As histórias das mulheres
O convívio forçado obriga as quatro mulheres a dividirem não apenas o ambiente, mas também suas experiências de vida. Annick é uma Tutsi moderada que decidiu fugir da guerra para preservar a gravidez, após ter sofrido quatro abortos espontâneos anteriormente.
Jeanette é uma mulher mais velha que dedicou a maior parte da sua existência ao convento e aos ensinamentos católicos. Ela escolheu esse caminho após ver sua mãe ser abusada sexualmente pelo pai e matá-lo.
A única pessoa branca do porão é Peyton, uma estudante norte-americana que chegou ao país como membro de uma ONG voltada à educação de crianças. O seu passado guarda marcas, como a responsabilidade pela morte do irmão e diversas tentativas de suicídio.
Por fim, há Mutesi, a última das mulheres a ser resgatada pelo marido de Annick e levada para o esconderijo. Ela é uma pessoa que leva consigo um ódio que floresceu após ser abusada sexualmente por um de seus familiares.
ÁRVORES DA PAZ | Os meses de confinamento
O que Annick imaginava ser apenas alguns dias escondida no porão de sua casa, acaba se tornando quase três meses de confinamento. Se nos primeiros dias há esperança, com o passar do tempo a convivência entre as mulheres vai se tornando caótica.
A escassez de alimentos, reflexo do massacre em Quigali, e a divisão do ambiente apertado, vão gerar um clima de permanente conflito. Principalmente em relação à Mutesi, que pouco colabora para o convívio e vive julgando e condenando as novas companheiras a cada intervenção.
Mas, a situação dramática e a falta de perspectiva de futuro acaba unindo essas mulheres, pois elas dependem uma da outra para sobreviver. Enquanto Jeanette reza e acredita no poder divino, Peyton lê histórias e ensina Annick a ler. Ela, por sua vez, tem a missão de manter o grupo coeso.
Quando a situação parece chegar ao limite e as mulheres já quase não reúnem forças para resistir, uma notícia traz esperança. Após conseguir escapar do exército Hutu, François reaparece na casa dizendo que o conflito deve durar apenas mais um dia, pois os rebeldes chegaram à cidade e estão vencendo a guerra.
Porém, a previsão dele não se concretiza e o massacre dos Tutsis se arrasta muito além do esperado. Será que Annick, Jeanette, Peyton e Mutesi terão forças para resistir a essa situação tão precária? Para saber como termina essa história, assista a Árvores da Paz, na Netflix.
ÁRVORES DA PAZ | O genocídio em Ruanda
O filme Árvores da Paz tem como pano de fundo o famoso genocídio ocorrido em Ruanda na metade da década de 90 do século passado. Nos primeiros meses de 1994, o então presidente do país, Juvénal Habyarimana foi assassinado, evento que se tornou o estopim para o massacre.
O genocídio em Ruanda começou em 7 de abril e durou aproximadamente 3 meses, tendo terminado apenas em 15 de julho. Durante este período, os Hutus, elite política do país, assassinaram a golpes de facão e tiros, mais de 1 milhão e 100 mil pessoas da etnia Tutsi.
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