Je Suis Karl é uma produção alemã que chegou recentemente ao catálogo da Netflix. O enredo, passado nos dias de hoje, aborda questões como a superação do luto e o crescimento da extrema-direita nos principais países do continente europeu.
A história começa alguns anos antes do evento que vai mudar para sempre as vidas de Alex e Maxi Baier, pai e filha. Ainda na juventude, Alex e Inês ajudam um imigrante líbio ilegal a atravessar a fronteira e chegar à Alemanha.
Alguns anos mais tarde, Alex vai à rodoviária buscar Maxi, que está voltando da França onde passou férias com seus avós. Ao chegar em casa, ele recebe uma encomenda para uma vizinha e a deixa próximo à porta da sua casa.
Ao sair para buscar um vinho que ele havia esquecido no carro, Alex é surpreendido por uma forte explosão. Depois de se levantar e recobrar os sentidos, ele percebe que o estouro aconteceu em seu apartamento, vitimando sua esposa e os dois filhos jovens do casal.
Enquanto o pai tenta superar a perda de parte da família, Maxi, que não estava em casa na hora do incidente, tenta levar uma vida normal. Porém, um dia na saída da escola, ela é perseguida por um casal de jornalistas, sendo salva pelo misterioso Karl.
Após ajudá-la a se esconder, Karl acompanha Maxi até um café, onde eles conversam por um longo tempo. Entre os assuntos, o jovem misterioso convida Maxi a se juntar a ele em um congresso de jovens que irá discutir o futuro da Europa.
Em um primeiro momento, a jovem fica reticente em aceitar o convite. Porém, depois de uma briga com o seu pai, ela decide viajar para Praga e encontrar com Karl e seus amigos. Lá, mesmo sem perceber, Maxi começa a fazer parte de uma organização de extrema-direita que é contra a imigração de refugiados. O que contraria os valores de sua família.
A partir das novas amizades que faz no congresso, Maxi começa a acompanhar o grupo de Karl durante uma viagem pela Europa. Pois, após o sucesso de sua palestra em Praga, ele planeja se encontrar com Odile Duval, uma importante líder da extrema-direita francesa.
Envolvida por festas e a paixão que sente por Karl, Maxi não percebe que está sendo usada. O jovem misterioso planeja usar a tragédia ocorrida com a família dela para criar comoção popular a favor da campanha política de Odile. E também reforçar o seu discurso contra a entrada de imigrantes africanos e do Oriente Médio na Europa.
Enquanto Maxi se diverte sem saber o que está acontecendo, seu pai está em Berlin desesperado para saber o seu paradeiro. Com a ajuda de Yusuf, o imigrante líbio, Alex descobre que ela está em Estrasburgo e decide ir ao seu encontro.
Será que Alex conseguirá chegar à convenção de Odile Duval a tempo de evitar que a história de sua família seja usada para fins políticos? Para saber o desfecho da história de Maxi, assista à Je Suis Karl, na Netflix.
Je Suis Karl e a extrema-direita
O pano de fundo tratado no filme Je Suis Karl é a ascensão da extrema-direita na Europa, principalmente entre os jovens. De acordo com um relatório por institutos de pesquisas da Alemanha, somente entre 2016 e 2019, 16 pessoas morreram devido à ataques de membros de grupos de extrema-direita ou neonazistas.
O grupo retratado no filme tem um perfil semelhante o grupo Movimento Identitário, que luta a favor da preservação do estilo de vida e cultura europeia. Além disso, eles são contra o definem como islamização do continente, devido ao fluxo cada vez maior de refugiados que chegam à Europa todos os anos.