O filme Padman é uma produção indiana disponível na Netflix. O enredo conta a história de Lakshmikant Chauhan, um homem humilde do interior da Índia que tem a ideia de criar absorventes baratos para ajudar as mulheres. Porém ele precisará enfrentar uma grande resistência cultural para ter sucesso em seu plano.
A história começa no dia do casamento do mecânico Lakshmikant com Gayatri, uma mulher do mesmo vilarejo. Logo nos primeiros dias de casamento, ele se depara com uma tradição entre as mulheres indianas: Nos primeiros dias de menstruação elas ficam isoladas do marido e usam um pano para a absorver o fluxo de sangue.
Essa situação o deixar realmente incomodado, pois ele não concorda com o isolamento da mulher e fica preocupado com a sua saúde, já que elas usam sempre o mesmo pano que está sempre sujo, podendo causar uma infecção.
Para tentar remediar a situação, Lakshmikant decide ir até a farmácia local e comprar uma marca de absorventes que ele viu em uma propaganda. Chegando lá o valor o assusta, pois o produto custa 55 rúpias, uma fortuna para os padrões locais. Mesmo assim ele decide comprar o produto.
Ao chegar em casa, Gayatri rejeita o absorvente devido ao alto valor e pede que seu marido não se envolva nesse assunto, pois ele é um assunto íntimo das mulheres e ele não deve interferir na decisão dela de usar o pano durante o período menstrual.
Mesmo com a posição irredutível da esposa, Lakshmikant decide, por conta própria, criar um absorvente barato para entregar à Gayatri. Pois ele não se conforma que um produto simples possa custar tão caro.
Para colocar o plano em prática ele compra algodão, papel e se isola à beira de um lago para entrar criar o próprio produto, imitando o que ele encontrou no absorvente industrializado. Porém, a tentativa da errado, já que Gayatri testa o absorvente caseiro e ele falha na absorção do líquido.
Devido à sua insistência em criar e testar o produto, inclusive pedindo para outras mulheres do vilarejo usarem, a família é vista como impura e ele imoral. Por isso, Lakshmikant decide abandonar o vilarejo e seguir na sua busca por um absorvente acessível. Para isso ele se instala em uma pequena casa e, com seus conhecimentos, cria uma máquina manual de produção de absorventes a um custo muito barato.
Agora que construiu seu absorvente, ele precisa vencer a barreira cultural para testar e popularizar o seu produto. Para isso, ela conta com a ajuda de Pari Walia, uma rica menina de Nova Délhi que, por acaso, se torna a sua primeira cliente.
Após aprovação do absorvente, Pari ajuda Lakshmikant a participar de um importante evento de inovação na Índia, onde o prêmio de 200 mil rúpias e a fama podem ajudá-lo a quebrar as barreiras do preconceito e levar o seu absorvente caseiro para milhares de mulheres.
Será que ele conseguirá vencer o prêmio e ter dinheiro suficiente para acertar a sua vida? E os absorventes, será que ele vai conseguir que mulheres carentes, como a sua esposa, passem a usá-lo? Para saber o final dessa história, só assistindo Padman, na Netflix.
Padman e a higiene feminina na Índia
Além da história do homem absorvente, o filme Padman tem como pano de fundo a precária situação da higiene feminina nas regiões rurais da Índia. No país, até 2017, 40% das mulheres não tinham acesso à absorventes.
O que leva a esse alto percentual de mulheres que não usam o produto são a questão econômica e a cultural. Na esfera econômica o produto é considerado caro, praticamente um artigo de luxo, o que o afasta sua popularização em regiões mais pobres do interior da Índia. A questão cultural também pesa, pois, mulheres estão habituadas a usar pano para absorção da menstruação, sem se preocuparem com as questões de saúde.
Essa defasagem era muito maior até a metade da década, quando um homem chamado Arunachalam Muruganantham, o famoso Padman, criou uma máquina rudimentar onde era possível a produção de absorventes eficazes e baratos, ajudando a popularização do uso deles nas regiões mais pobres da Índia.
Veja o trailer de Padman (2018)
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