O filme American Son é uma produção norte-americana que estreou recentemente na Netflix. O enredo gira em torno da questão do racismo estrutural nos Estados Unidos e como ele reflete na vida dos cidadãos negros, no caso em Miami.
A história começa com a chegada de Kendra à delegacia à procura de seu filho Jamal, que saiu de carro com os amigos na noite anterior e está desaparecido. Desesperada ela tenta entrar em contato com o filho enquanto pressiona o policial Larkin para que consiga informações sobre o paradeiro do filho. Ambos sem sucesso.
O jovem Larkin tenta ganhar tempo até a chegada do inspetor Stokes, que segundo ele, tem todos os dados sobre o caso do garoto. Mas o desespero faz com que Kendra aumente a pressão por respostas, criando uma tensão com o policial, que usa de todos os clichês racistas para se referir ao filho dela durante o diálogo travado por eles.
Após uma hora sozinha na delegacia aguardando informações sobre o filho, Kendra recebe a companhia de Scott, seu ex-marido e agente do FBI. A situação que já era tensa fica ainda mais complicada conforme o conflito entre os dois aumenta, pois Scott, que é branco, expõe todo o seu preconceito quando se refere à esposa e ao filho.
A tensão racial entre o casal piora quando Larkin reaparece na sala de espera e, ao se deparar com outro policial branco, se torna solicito e passa informações novas sobre o caso, o que faz Kendra explodir de raiva com o marido.
Segundo as novas informações, Jamal estava no carro com outros dois amigos negros e foi abordado por um policial nas ruas de Miami. Durante a abordagem houve um incidente entre os jovens e o policial, porém Larkin afirma que são as únicas informações que tem.
Durante a espera pelo inspetor Stokes para a solução do caso do desaparecimento de Jamal, a tensão entre Kendra e Scott volta a crescer, pois há diversas trocar de acusações sobre o papel de cada um deles na criação do filho e no fato dele ter se tornado um maloqueiro – devido às roupas e o jeito “negro” dele se portar – de acordo com o pai.
A situação fica ainda pior quando Scott descobre, por meio do policial Larkin, que seu filho tinha um adesivo no carro que dizia: “Mire na cara dos policiais”. Ele se sente insultado, pois não acredita que seu filho, que foi criado das melhores escolas de Miami, tenha motivos para odiar a profissão e o próprio pai.
Após mais algumas trocas de acusações com muito teor racial, a situação volta ao controle com a chegada do inspetor Stokes. Após deixar Scott preso por desacato, ele finalmente relata o que aconteceu. Durante a abordagem, houve uma briga entre os jovens e o policial e este acabou disparando a sua arma. Porém, ele ainda não tem informações sobre o desdobramento do incidente e sobre o paradeiro de Jamal.
O que será que aconteceu com Jamal durante a madrugada? Será a família vai voltar a se reunir e as feridas das ofensas raciais serão curadas? Só assistindo American Son na Netflix para saber o final dessa história.
American Son e o racismo nos Estados Unidos
O tema abordado em American Son é a questão do racismo estrutural existente nos Estados Unidos, onde negros são, constantemente, julgados por sua cor de pele e são vítimas de violência policial. Um dos casos que aparece no filme é de Rodney King, jovem negro que foi espancado por policiais brancos no começo nos anos 90. Mesmo com as imagens, os policiais acabaram absolvidos, o que gerou revolta na população negra da Califórnia.
Nos últimos anos a questão racial e o abuso policial voltaram a ser assunto nos Estados Unidos por conta dos diversos casos de abuso policial que levaram jovens negros à morte, gerando uma série de protestos violentos. Um dos casos mais famosos foi o jovem Eric Gardner, morto asfixiado por um policial branco, mesmo tendo dito “Eu não consigo respirar”. A frase se tornou mote de uma campanha contra a violência policial contra negros nos Estados Unidos.
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