O filme “Menashe” é uma produção estadunidense muito interessante que está disponível na Netflix. O enredo gira em torno do personagem homônimo ao título que se vê em uma crise entre o que sente e o que prega a vertente mais ortodoxa da sua crença, o judaísmo.
Menashe é um homem jovem que trabalha em um minimercado no Brooklyn e vem se recuperando da recente morte da esposa. Ao mesmo tempo, ele enfrenta um grande dilema envolvendo a criação de seu filho.
Além de tentar se reerguer, o jovem viúvo luta contra a família da esposa pela guarda de seu filho Rieven que, para não ser levado para a adoção após a morte da mãe, acabou ficando sob os cuidados da família de Eizik, cunhado de Menashe.
Segundo a leitura ortodoxa da Torá, uma criança judaica deve ser criada em um lar saudável com uma família estruturada, condições que Rieven não dispõe na casa de seu pai. Por isso, apenas um ano após a morte da esposa, Menashe é cobrado por seus pares para conhecer uma pessoa e se casar. Só assim ele poderá recuperar a guarda do filho e seguir uma vida normal como pregam as leis judaicas.
Apesar da pressão, ele não pensa em casar tão cedo, chegando ao ponto de boicotar alguns encontros com pretendentes arranjadas pelo rabino de seu núcleo religioso. No momento, além de ainda tentar superar a perda da esposa, ele tem como prioridade se estabelecer na vida, pois seu trabalho não lhe dá nenhuma garantia.
O seu relacionamento com o seu chefe é complicado, pois ele não consegue cumprir as suas funções de forma plena e vive sempre sob o risco de demissão. Mesmo assim, ele decide enfrentar as normas judaicas e as humilhações que sofre de Eizik para pegar a filho na casa do cunhado e cria-lo sozinho.
A rebeldia de Menashe cria problemas para ele diante da comunidade judaica do Brooklyn e cria uma disputa aberta entre ele e Eizik pela guarda do filho. Quem será que vai se dar melhor nessa? Eizik com a sua família estável ou o jovem viúvo que quer criar o filho ele, mesmo tendo que afrontar as rígidas leis e crenças do judaísmo?
MENASHE | A lei judaica
O filme Menashe é ambientado na região do Brooklyn, em Nova York, um grande reduto da comunidade judaica nos Estados Unidos. Em 1655, um ano após a chegada dos primeiros judeus chegarem aos Estados Unidos foi fundado a primeira congregação judaica no pais. Neste mesmo ano, o então presidente dos Estados Unidos autorizou que os imigrantes adquirissem terras no país para a criação de um cemitério judaico em Nova York.
Durante a Segunda Guerra Mundial houve um aumento considerado da população judaica nos Estados Unidos, estima-se que aproximadamente 100 mil judeus tenham migrado da Europa para o país para fugir da perseguição nazista. Em 2008 cerca de 15 milhões de judeus, assim como Menashe viviam em Nova York, sendo considerada a maior comunidade judia do mundo, maior até mesmo que Israel.
O grande dilema enfrentando por Menashe no filme diz respeito a uma leitura mais tradicional da Talmude, um conjunto de leis baseados na Torá. Segunda ela, um homem, para ter paz, precisa ter um lar constituído por esposa, marido e filhos. Porém, como é viúvo, ele não pode criar sozinho seu filho. Para ter direito à guarda da criança ele precisa formar uma nova família nos moldes tradicionais do judaísmo. (sem link)
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