O filme “A dama dourada” é uma produção britânica que se passa em meados da década de 1980 e trata do resquício no nazismo na sociedade da Áustria. A história se concentra da luta de Maria Altman, uma austríaca que fugiu de Hitler rumo aos Estados Unidos e agora tenta recuperar relíquias de família roubadas pelo Reich.
A história começa com o velório da irmã de Ana e ela decidindo resgatar as memórias da família que ficaram perdidas após a invasão nazista à Áustria e o exílio delas nos Estados Unidos, onde elas tiveram que recomeçar as suas vidas.
Entre os quadros de família que Ana tenta recuperar está a famosa retratação de sua tia Adele, considerada como a Monalisa austríaca. Para essa missão ela contrata o inexperiente advogado Randol Schoenberg, também de origem judaica.
Após pedir licença de uma semana no escritório de advocacia onde começou a trabalhar, Schoenberg viajou com Maria para a Áustria para recuperar a herança dela via um comitê do Ministério da Cultura. O órgão está empenhado em fazer a reparação histórica e devolver os pertences a todas as famílias que tiveram suas obras de arte confiscadas pelo nazismo.
Se os dois tinham a esperança de um processo rápido e com o veredicto positivo, ao chegarem a Viena, eles percebem que a situação é bastante diferente. Pois nem o ministério, nem o governo austríaco querem realmente abrir mão dos tesouros que conquistaram durante a Segunda Guerra, sendo campanha de devolução dos bens apenas uma peça de propaganda.
Com pedido de recuperação negado, Maria e seu advogado voltam para a Califórnia, porém com propósitos diferentes. Enquanto ela decide deixar a história de lado para não ser humilhada pelo governo austríaco novamente, Schoenberg decide continuar o processo com a intenção de manter a história viva.
Para isso, após descobrir uma brecha na legislação internacional em casos de repatriação, Schoenberg decide abandonar seu futuro promissor em uma das maiores agências de advocacia da Califórnia para cuidar do caso.
Após muita argumentação, ele convence Maria a levar o caso para a justiça do Estados Unidos, onde após longo processo a Suprema Corte os autoriza a processarem o governo da Áustria e exigir a devolução das obras de arte.
Apesar da vitória na corte norte-americana, a resolução da situação parece longa, pois os representantes do museu Belverde, detentores dos quadros, prometem arrastar o caso na justiça por tempo indeterminado, levando Maria a desistir de tudo novamente.
Quando tudo parece perdido, Schoenberg decide dar uma última cartada. Ele faz um acordo com os representantes do museu para resolver a situação por meio de uma arbitragem que será realizada em Viena, com três juízes.
Quem levará a melhor? O governo da Áustria que tenta proteger seus tesouros, ou Maria que tenta recuperar a parte de sua história roubada pelos nazistas.
O NAZISMO E A DAMA DOURADA
O pano de fundo do filme é a ocupação nazista da Áustria entre março de 1938 e o final da Segunda Guerra. Boa parte da população do país recebeu os militares alemães de braços abertos e estavam felizes de fazer parte do Reich. Durante todo o período da ocupação, diversas famílias judias tiveram seus bens e casas confiscados e seus familiares sendo enviados para campos de concentração. Estima-se que mais de 66 mil judeus austríacos sofreram durante o período em que o nazismo permaneceu governando a Áustria.
O caso do famoso quadro “A Dama Dourada” foi apenas um exemplo dos diversos bens que os nazistas tomaram dos judeus austríacos. Além de obras de arte, foram confiscados todos os tipos de bens como comércio, terrenos e moradia de judeus. A pilhagem de bens de judeus foi uma prática comum dos nazistas. Porém desde 1990 o governo austríaco mantém um comitê que analisa caso a caso de as obras de artes pertencentes ao Estado deve ou não ser devolvidas aos herdeiros dos verdadeiros donos. No caso da obra A Dama Dourada, de Gustav Klimt a família conseguiu retomar a obra, mas nem todos os casos os herdeiros obtiveram sucesso.
Veja o trailer completo de A Dama Dourada
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