Mary Kom é um bom filme biográfico lançado em 2014 e que está disponível no Netflix. Ele retrata a vida e a carreira de Chungneijang, uma menina nascida em uma família humilde na região rural de Manipur e, contra todas as possibilidades se torna a primeira mulher campeã mundial de boxe feminino da Índia.
A menina Chungneijang já mostrava que iria se tornar uma boxeadora desde pequena, mesmo que para isso ela precisasse enfrentar todas as restrições culturais que existem na Índia. Contrariando seu pai que não gostava que a filha praticasse esportes, principalmente artes marciais, que eram restritas aos homens, Mary Kom decidiu praticar boxe de forma clandestina com o principal treinador do país e responsável pela seleção de boxe, o mestre Narjit Singh.
Com o passar do tempo, Mary Kom vê sua carreira crescer de forma meteórica onde, mesmo com pouco treinamento ela já se torna campeã nacional amadora e principal esperança da Índia nos campeonatos asiáticos e mundiais da modalidade. Porém todo esse reconhecimento não trouxe só felicidades. Com o seu nome conhecido, Mary se viu obrigada a fazer uma escolha difícil: o boxe ou o pai.
Após conquistar diversos títulos, entre eles três títulos mundiais amadores, ela decidiu dar um novo passo em sua vida e aceitou se casar com Onler, um antigo admirador/amigo que a acompanhou desde seus primeiros passos no esporte. Nem mesmo o casamento e a chegada de gêmeos foram capazes de suprir o que Mary sentia quando estava nos ringues e após um hiato de dois anos, entre 2005 e 2007, ela retornou aos treinamentos e às competições para recuperar o tempo a fama perdida.
Mesmo brigada com a federação, ela conseguiu retomar à carreira e após intenso treinamento – que, no filme, lembram os “melhores momentos” de Rocky Balboa – ela conquista o quarto título mundial amador para lutadoras até 45 quilos, além da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, se tornando não só uma celebridade na Índia, mas também uma lenda e inspiração para diversas mulheres que desejam seguir o mesmo que o de Mary Kom.
MARY KOM E O BOXE FEMININO
MC Mary Kom: Ela nasceu em março de 1983 como o nome de Mangte Chungneijang Merykom na cidade de Moirang Lamkhai, zona rural de Manipur, uma das principais cidades do leste da Índia. Para facilitar a pronuncia de seu nome nas competições seu técnico Narjit Singh decidiu nomeá-la com a alcunha de MC Mary Kom, nome que a tornaria famosa em todo o mundo.
Desde pequena Mary Kom teve que enfrentar não só as objeções do pai, mas de toda uma sociedade machista para realizar o seu sonho: ser uma boxeadora conhecida. Em 2016, aos 33 anos, se tornou uma das boxeadoras mais velhas a participar dos Jogos Olímpicos.
O Boxe Feminino: Apesar de sua prática ser registrada desde 3.000 A.C., a luta de boxe só veio a se popularizar a partir de 1880, quando foram organizadas as primeiras competições amadoras da modalidade. O boxe passou a fazer parte do cronograma olímpicos em 1904 em Atenas, na primeira olimpíada da Era Moderna. Já o boxe feminino, apesar de ter muitas praticantes e contar com inúmeros campeonatos mundiais, só foi aceito como esporte olímpico a partir da edição de Londres, em 2012.
Veja o trailer oficial de Mary Kom, disponível no Netflix
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